COVID-19: ISOLAMENTO CAI 51% ENTRE JULHO E OUTUBRO NO RN, DIZ IBGE

Imagem mostra ruas de Natal vazias durante um período da pandemia de coronavírus  — Foto: Sandro Menezes

O número de pessoas rigorosamente isoladas caiu 51% entre julho e outubro no Rio Grande do Norte. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 e foi divulgado nesta terça-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o órgão, outubro registrou 491 mil pessoas isoladas no estado. Em julho, esse número era de 1 milhão.

A pesquisa apontou ainda que o RN teve 193 mil pessoas que não reduziram o contato pessoal por conta da Covid-19 no mês de outubro. Esse é o maior número desde julho, quando teve o início esse quesito na pesquisa, e 41 mil pessoas não tomavam medidas para reduzir o contato com outras pessoas. O crescimento foi de 370% nesse período.

Álcool em gel e sabão são usados na prevenção à transmissão do novo coronavírus — Foto: Igor Jácome/G1

Segundo o IBGE, essa é uma tendência regional e nacional. No Nordeste, 1,1 milhão de brasileiros não restringiram contatos por causa da pandemia em julho. Em outubro, esse número subiu para 2,8 milhões.

No Brasil, eram 4,1 milhões em julho e o número subiu para 9,7 milhões em outubro.

Empréstimos crescem 10%

A pesquisa também apontou que em 76 mil domicílios potiguares algum morador fez um empréstimo. O dado é referente a desde o início da pandemia até o mês de outubro.

O aumento de setembro para outubro foi de 7 mil lares - no mês anterior eram 69 mil. Isso representa um crescimento de 10% em um mês.

O número também segue uma tendência nacional. O Brasil teve um aumento de 11% no mês.

Segundo a PNAD, ao todo, moradores de 1,3 milhão de domicílios do Nordeste pediram dinheiro emprestado desde o início da pandemia. No Brasil, esse número é de 5,2 milhões de domicílios.

Os bancos e financeiras foram a principal fonte dos empréstimos no estado potiguar: 86% dos domicílios recorreram a essas instituições.

Já em 12% dos lares, pessoas conseguiram dinheiro emprestado de parente ou amigo e outros 2% pegaram dinheiro emprestado de “outro local ou pessoa”.

11% da população fez teste no RN

De acordo com o IBGE, 11,8% da população do Rio Grande do Norte fez teste para Covid-19. Segundo a pesquisa, são 419 mil pessoas.

Essa porcentagem fica atrás de Piauí (19%) e e Sergipe (13,4%) no Nordeste e e é praticamente igual a Bahia (12,1%) e Paraíba (12,1%). No Brasil, esse número é de 12,1%.

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DOIS HOMENS SÃO PRESOS DURANTE OPERAÇÃO POLICIAL NO BAIRRO DE MÃE LUIZA, EM NATAL

Polícia Militar realiza operação no bairro de Mãe Luiza, em Natal — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Policiais da Força Tática do 1º Batalhão da Polícia Militar, do Batalhão de Choque e também da Polícia Civil realizaram uma operação no bairro de Mãe Luiza, em Natal, na tarde desta terça-feira (1º). Eles procuravam armas, drogas, além de apurar denúncia de um suposto cemitério clandestino, que não foi localizado.

O cão farejador "The Black" participou da ação. O labrador tem 7 anos e é treinado para encontrar cadáveres. Ele é o mesmo que, em abril de 2018, encontrou o corpo da menina Yasmin enterrado e concretado em uma casa no bairro da Redinha.

Durante a operação, os policiais estiveram em várias ruas, especialmente nos pontos conhecidos como Beco do Val e Travessa João XXIII. Dois homens foram detidos. Um deles, que responde por dois homicídios, jogou droga e tentou fugir pulando vários muros. O outro tem 19 anos e foi pego com balança de precisão e R$ 1.150 em dinheiro trocado.

Cão farejador The Black participa de operação — Foto: Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi

Os policiais entraram na mata e percorreram dunas e trilhas em direção ao topo do morro. Como a área é extensa e íngreme, as buscas foram encerradas no início da noite e serão retomadas posteriormente.

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RN VOLTA A REGISTRAR 60% DE OCUPAÇÃO DOS LEITOS CRÍTICOS PARA COVID-19

Taxa de Ocupação dos Leitos Críticos por Região, Covid-19, RN — Foto: Reprodução/Regula RN

O Rio Grande voltou a registrar 60% de ocupação dos leitos críticos para tratamento da Covid-19, de acordo com dados da plataforma Regula RN na tarde desta terça-feira (1º). O estado não registrava a taxa de ocupação na casa dos 60% desde o dia 4 de agosto, quando atingiu 61,72%.

Em 20 de outubro, esta taxa chegou a ser de 34,56%, o menor índice registrado nesse período, sendo 75 ocupados dos 217 leitos operacionais.

O Regula RN monitora a ocupação dos leitos críticos no estado em tempo real. O G1 realizou a consulta na plataforma às 17h.

O levantamento, atualizado diariamente desde o início da pandemia, aponta ainda as taxas de ocupação das regiões Metropolitana de Natal (55,2%), Oeste (72,9%) e Seridó (50%).

Ainda segundo o Regula RN, quatro unidades hospitalares estão com 100% de ocupação dos leitos críticos. São elas: Hospital de Campanha de São Gonçalo do Amarante, Hospital Maternidade do Divino Amor (Parnamirim), Hospital Regional Hélio Morais Marinho (Apodi) e a Unidade Materno Infantil Integrada de São Paulo do Potengi.

O boletim desta terça-feira da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) apontou que 301 pessoas estão internadas por Covid-19 no estado, sendo 166 na rede pública e 135 na privada.

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HOMEM É PRESO APÓS ROUBAR DINHEIRO DE AUXÍLIO EMERGENCIAL DAS MÃOS DE FUNCIONÁRIA DA CAIXA ECONÔMICA NO RN

Caso aconteceu em agência da Caixa Econômica de João Câmara, no RN — Foto: PM/Divulgação

Um homem foi preso após furtar o dinheiro do Auxílio Emergencial das mãos de uma funcionária da Caixa Econômica dentro da agência bancária, em João Câmara, na região do Mato Grande, no Rio Grande do Norte.

Segundo a polícia, as notas ainda estavam sendo contadas pela funcionária do banco, para serem entregues a uma senhora e sua filha, quando o homem puxou o dinheiro da mão dela e conseguiu fugir do prédio.

Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu na manhã de segunda-feira (30). Pessoas que estavam dentro da agência ainda tentaram conter o homem, mas ele conseguiu correr.

A Polícia Militar foi acionada e abordou o suspeito, ainda em fuga, próximo a outro banco no centro de João Câmara.

Os militares encontraram R$ 1.200 no bolso da calça do ladrão, que foi encaminhado à delegacia e autuado em flagrante por furto.

Dinheiro foi achado no bolso da calça do suspeito, após roubo dentro de agência da Caixa Econômica, no RN. — Foto: PM/Divulgação.

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PFIZER E BIONTECH SOLICITAM USO EMERGENCIAL DE VACINA CONTRA COVID-19 À UNIÃO EUROPEIA

A farmacêutica americana Pfizer e o laboratório de biotecnologia alemão BioNTech soilicitaram ao regulador de medicamentos da Europa autorização para o uso emergencial de sua vacina contra a Covid-19 no continente, informaram as empresas nesta terça-feira. As duas companhias submeteram anteriormente pedidos semelhantes nos Estados Unidos e no Reino Unido e, na última semana, divulgaram que seu imunizante candidato é 95% eficaz contra o novo coronavírus.

O pedido para a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) vem depois de as empresas pedirem aprovação nos EUA em 20 de novembro, deixando-as um passo mais perto de lançarem sua vacina. O pedido feito na Europa conclui o processo de análise contínua, que foi iniciada junto à EMA em 6 de outubro.

“Se a EMA concluir que as vantagens da vacina candidata superam seus riscos de proteção contra a Covid-19, recomendará a concessão de uma CMA (autorização condicional) que poderia permitir o uso do BNT162b2 na Europa antes do final de 2020”, informa o comunicado.

Ao lado da americana Moderna, a aliança Pfizer/BioNTech é a primeira a submeter oficialmente sua solicitação de comercialização à autoridade sanitária da UE.

Apesar da expectativa, a EMA afirmou na sequência do comunicado da farmacêutica que a agência completará o processo de revisão da Pfizer em 29 de dezembro. O da Moderna, por sua vez, ficará para 12 de janeiro.

A norte-americana Pfizer e a alemã BioNTech anunciaram o resultado final dos testes com sua vacina em 18 de novembro, mostrando que sua candidata é 95% eficaz na prevenção da Covid-19, sem preocupações de segurança relevantes, levantando a perspectiva de uma aprovação nos EUA e na UE em dezembro.

O governo britânico informou na semana passada que a parceria entre a norte-americana e a alemã relatou dados de seus testes clínicos para a Agência Regulatória de Medicamento e Saúde do Reino Unido (MHRA).

Com sede em Amsterdã, a Agência Europeia de Medicamentos é responsável por autorizar e controlar os remédios na União Europeia. A aprovação final, dada pela Comissão Europeia, permite aos laboratórios comercializar os seus medicamentos em todos os países da UE.

Para examinar os dados de segurança e eficácia das vacinas contra a covid-19 à medida que se tornam disponíveis, a EMA implementou um procedimento acelerado denominado “revisão contínua”, como também fez a Anvisa no Brasil. As vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna e Oxford/AstraZeneca são os três projetos de vacinas submetidos há várias semanas a esta “revisão contínua”.

Esperadas no mercado até o fim do ano, os imunizantes da Pfizer/BioNTech e Moderna são baseados na tecnologia de RNA mensageiro, e seriam as primeiras vacinas licenciadas da História com essa nova tecnologia.

A vacina Pfizer/BioNTech já está sendo avaliada nos EUA pela Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) e poderá ser autorizada no país logo após 10 de dezembro.

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EM 12 HORAS, CORPO DE BOMBEIROS ATENDEU 13 OCORRÊNCIAS DE ENXAMES DE INSETOS NA GRANDE NATAL

Em 12 horas, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte (CBMRN) registrou 13 ocorrências atendidas envolvendo enxames de insetos em toda a Região Metropolitana de Natal. Os casos aconteceram durante a manhã e tarde da segunda-feira (30). CBMRN não registrou vítimas.

Segundo o relatório estatístico repassado pela Central da Corporação, Natal (08); Parnamirim (03); Macaíba (01) e Monte Alegre (01) somaram 13 ocorrências atendidas. Vale salientar que é durante esta época do ano que o índice de ocorrência envolvendo enxames de insetos crescem, devido a reprodução das abelhas – de agosto e fevereiro -, aumentando o perigo de ataques devido a incidência de incêndios florestais e por causa da defesa em relação a presença externa de homens e animais.

Capacitação e Manejo Operacional Padrão – Abelhas

O Corpo de Bombeiros do RN, através da Diretoria de Engenharia e Operações (DEO), elaborou um POP – DEO-SLV-001 (Procedimento Operacional Padrão), que mostra todas as instruções detalhadas e necessárias para o “manejo operacional de abelhas e vespas”.

Durante meses, bombeiros militares foram capacitados em relação a esse tipo de ocorrência. No campo de atuação, as primeiras coisas a serem feitas são o isolamento e a evacuação dos imóveis próximos ou afetados pelas abelhas. A guarnição especializada deverá capturar o enxame utilizando todos os equipamentos de proteção individual (EPI), bem como os equipamentos necessários para o transporte. Após a captura, as abelhas são levadas e liberadas em uma área de preservação ambiental.

Pensando na segurança da sociedade, a Corporação recomenda os seguintes cuidados em caso de formação de colmeias:

• Ao se deparar com um enxame de abelhas em deslocamento, abaixe-se e se perceber que será atacado, corra, preferencialmente em ziguezague;

• Use roupas claras, pois as escuras atraem abelhas;

• Não grite, pois as abelhas são atraídas por ruídos;

• É importante ter bastante atenção ao passar por locais de mata;

• Evite movimentos bruscos e excessivos quando próximo a colmeias;

• Evite operar qualquer máquina barulhenta próximo a colmeias;

• Afaste os animais domésticos do enxame, qualquer barulho que eles façam, poderá irritá-las e desencadear um ataque;

• Ensine as crianças a se precaver e não matar as abelhas;

• Caso seja alérgico a picadas, pergunte ao seu médico o que fazer;

• Caso alguém seja picado, é importante que faça a remoção imediata dos ferrões, pois eles continuam liberando o veneno;

• Em casos de formação de colmeias em residências, o proprietário deve acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros Militar através do 193.

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RN TEM MAIS DE 200 MIL PESSOAS QUE DESISTIRAM DE PROCURAR EMPREGO

Atílio é um desânimo só e faz tempo. Desde que os empregos na construção civil começaram a desaparecer, em 2014, ele vive de pequenos bicos que não se sustentam por muito tempo. São alguns dias de trabalho e outros sem.

Carteira assinada faz seis anos que ele não tem. A mulher é diarista e consegue tirar mais do que ele. “Sem problema, menos mal, são três meninos em casa”, diz para se consolar. Há dois anos, ele tomou uma decisão: emprego de carteira ele não procura mais. “Tô de saco cheio de ouvir não”, proclama.

Atílio não é o único. Quer conhecer outro rapidinho é só sair pela rua. Eles estão em qualquer lugar, a qualquer hora. Fazem parte da mega taxa de desalentados divulgada na Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio do IBGE (PNAD), realizada no trimestre de julho a setembro último.

No Rio Grande do Norte, estado que vive o quinto mês consecutivo de alta nos postos formais de trabalho, só o volume de desalentados, não desalentados e indisponíveis alcançou nesse mesmo trimestre meteóricos 342 mil trabalhadores. Desses, 207 mil são exatamente como Atílio, desalentados. Não acreditam mais que voltarão mais ao mercado de trabalho.

Para o economista Ricardo Valério, presidente do Conselho Regional de Economia do RN, essa é uma situação que tende a se agravar com o fim do auxílio emergencial do governo federal e de resolução complicada na medida em que atinge os trabalhadores sem qualificação.

“A pandemia apenas agravou um problema antigo para o qual a cartilha liberal na economia não tem resposta”, afirma Valério. Normalmente, diz ele, o crescimento do emprego que começamos a experimentar no Brasil, de uns meses para cá, como resultado da reação econômica ao relaxamento do isolamento social, não seguiu paralelo com a desaceleração do desemprego como deveria ser.

“Enquanto os empregos formais cresceram, a desocupação também, o que não é típico de acontecer e só ocorre quando a economia perde dinâmica e precisa de investimentos maciços”, afirma Valério.

O problema, segundo ele, é que setor que poderiam estar puxando a ocupação das camadas menos qualificadas da população, como a construção civil, está demorando a reagir no Rio Grande do Norte.

“Sem investimentos públicos em obras estruturantes, reformas administrativas e fiscais e um forte programa social de distribuição de renda, agregando cinco milhões de brasileiros aos atuais 13 milhões do Bolsa Família, teremos grandes incertezas pela frente”, prevê o economista.

Ricardo Valério, no entanto, vê algumas luzes no final desse túnel, como a expectativa de uma ou mais vacinas, a volta gradativa do turismo e o crescimento da fruticultura, especialmente com a abertura de um corredor de exportação para Ásia, se o Governo Federal não turvar esse caminho insistindo na guerra ideológica contra o maior parceiro comercial do Brasil.

Nessas condições de temperatura e pressão, o economista não se esquece que, de outro lado, o crédito deve ser facilitado no país, onde a burocracia ao acesso de dinheiro ainda atrapalha os micro, pequenos e médios empresários.

Para Valério, o programa de obras públicas que tanto antagonizam setores do governo federal, contrapondo o Ministério da Economia de Paulo Guedes ao do Desenvolvimento Regional de Rogério Marinho, deve priorizar a construção civil e pesada em primeiríssimo lugar.

“É onde poderemos começar a gerar a solução para milhões de trabalhadores de baixa qualificação e que precisam dessa condição para lutar em terreno de menos desigualdade, num momento onde a inteligência virtual agravou a separação entre os trabalhadores e promete exterminar centenas de empregos tradicionais”, lembrou.

Hoje, além das 238 mil pessoas em busca de trabalho, a taxa total de desocupados no RN, segundo o IBGE, foi a maior no estado desde o primeiro trimestre de 2017, quando registrou 16,3%. No mesmo período do ano anterior ela foi de 13,4%.

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RN TEM ALTA DE 17% NOS CASOS DE INFECÇÃO POR COVID-19 EM NOVEMBRO

O Rio Grande do Norte registrou aumento de 17,61% no número de casos de Covid-19 em novembro. Foram registrados 13.811 novas infecções até esta segunda-feira 30, segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). A quantidade de novos doentes dentro de um único mês é a maior desde julho passado, durante o pico da doença entre os potiguares, quando 20.129 contágios foram diagnosticados.

Segundo os dados epidemiológico mais recentes, foram registrados 8.521 novas infecções pela Covid-19 entre os dias 23 e 30 de novembro. Ao todo, o Estado soma 95.123 casos desde o início da pandemia. Com o resultado, a média móvel — a comparação estimada dos últimos 15 dias — subiu para 765,1, o que representa o maior registro desde 14 de julho, quando a média foi de 708.

Os dados também refletem a variação da taxa de reprodução (Rt) do novo coronavírus entre os potiguares. Segundo o sistema Covid Analytics, ferramenta da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o Rio Grande do Norte tem o maior índice de todo o Brasil: 2,19. O Rt é a métrica de quantas pessoas, em média, um indivíduo infectado pode chegar a transmitir a doença. Na situação entre os potiguares, segundo a PUC, uma pessoa contaminada pode transmitir o vírus para mais de duas pessoas.

O Rt apresentado pelos pesquisadores cariocas difere do índice calculado pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS), que é ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Pelos critérios locais, a taxa de transmissibilidade é de 0,50. A diferença é explica pelos parâmetros utilizados pelos pesquisadores. Os cariocas usam a evolução dos casos; já os potiguares, critérios como o tempo entre o aparecimento dos sintomas e o período de infecção.

O número de contágios pode ser visto, também, a partir das internações no Sistema Único Saúde (SUS). Atualmente, a taxa de ocupação dos leitos críticos para a doença é de 50%.

A Região Metropolitana de Natal concentra mais da metade dos leitos de internação. São 48% das vagas ocupadas até esta segunda-feira 30 — 51 leitos dos 106 disponíveis. Em 1º novembro, para efeito de comparação, as internações estavam em 32%.

Entretanto, apesar da aceleração no número de infecções, os óbitos não apresentaram altas expressivas em novembro. Até o último dia 29, o Rio Grande do Norte registrava 104 mortes ao longo do mês. No mesmo período de outubro, houve 180 óbitos — o mês terminou com 184 mortos.

As mortes ocorridas em novembro representam o menor registro desde abril, com 55 óbitos, antes do período mais grave da doença. O recorde aconteceu em julho, com um total de 743 de potiguares mortos pela Covid-19.

De acordo com Alessandra Lucchesi, subcoordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesap, o aumento do número de contágios da Covid-19 se dá pela ampliação da capacidade de testagem em todo o Rio Grande do Norte. A rede de exames para a detecção do novo coronavírus cresceu em todos os municípios potiguares.

“O aumento desses números de confirmados decorre da ampliação da capacidade de testagem e da disponibilização deste exames aos municípios, bem como os critérios para a população elegível para a testagem [da Covid-19]”, explicou. Ainda segundo ela, boa parte dos casos confirmados em novembro não são “ativos”, ou seja, não há capacidade de infecção.

O exame mais comum utilizado hoje é o sorológico, que detecta os anticorpos para doença. O exame só pode ser feito após os suspeitos apresentarem sintomas. “Nem todos os casos estão ativos. Ou seja, pessoas que ainda estão infectadas pelo vírus.

Aumento de casos entre os jovens de 20 a 29 anos

Nas últimas semanas, jovens e adultos de 20 a 49 anos têm sido os mais acometidos pela doença no Rio Grande do Norte. Esta parcela da população representa, então, 41,9% dos casos confirmados entre os potiguares.

O infectologista André Prudente, Diretor do Hospital Giselda Trigueiro, explica que o aumento de casos tem se dado em jovens e adultos de classes sociais mais favoráveis, em razão do retorno de algumas atividades.

“Nas últimas duas semanas, houve aumento de casos em jovens e pessoas de condições sociais um pouco mais favoráveis, de classe média e classe média alta, principalmente pelo fato dessas pessoas terem conseguido ficar em isolamento e distanciamento social por mais tempo. Então elas voltaram a fazer diversas atividades que faziam antes, como por exemplo frequentar shows e eventos onde há aglomeração”, disse.

Diferentemente do período do pico da doença – em meados de maio e julho -, onde idosos e pessoas de classes sociais mais baixas, hoje a queda aparente do número de casos fez com que as pessoas ficassem menos preocupadas com o coronavírus.

“Como estava uma aparente queda do número de casos, as pessoas passaram a se preocupar menos, e as medidas de prevenção diminuíram, ou seja, nesse momento temos o aumento expressivo do número de casos em jovens e pessoas adultas”, relata.

Os eventos decorrentes das eleições municipais e a realização de eventos tanto de pequeno como de grande porte foram cruciais para o aumento dos casos de Covid no Estado.

“As pessoas que adoecem são aquelas que entram em contato com outras que estão transmitindo. Então, todas as vezes que ocorrer algum evento, seja ele grande, seja pequeno, aumenta a chance de transmissão da doença”, pontua. A grande preocupação atual está no fato dos jovens e adultos que estão adoecendo, mesmo com sintomas leves ou até mesmo assintomáticos, possuam contato com familiares e parentes idosos ou que pertençam aos grupos de risco.

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SENADOR DO RN MINIMIZA PERDAS DO PT: ‘BOLSONARO É O GRANDE DERROTADO’

O senador do Rio Grande do Norte Jean Paul Prates (PT) minimizou o fraco desempenho de seu partido nas eleições municipais de 2020, quando a sigla não conseguiu fazer nenhum prefeito de capital pela primeira vez desde a redemocratização.

“Apesar da vontade das carpideiras de sempre, o segundo turno das eleições municipais comprovou que a esquerda está viva e consolidando novas lideranças. Estamos em franco processo de recuperação do desastre de 2016”, escreveu o senador no Twitter.

O parlamentar disse que o partido sofreu um “pesado e desleal ataque — feito de fake news e discurso de ódio”, mas mesmo assim o PT e as demais forças de esquerda ampliaram sua votação, especialmente nos grandes centros.

“O PT disputou o segundo turno em 15 cidades—o partido mais presente na disputa do último domingo—e elegeu os prefeitos de Diadema (SP), Mauá (SP), Juiz de Fora (MG) e Contagem (MG). Em 2016, não elegemos prefeitos nas 95 maiores cidades do país. Agora teremos 4”, detalhou.

O senador petista apontou ainda quem é o grande derrotado nas eleições de 2020: “Bolsonaro é que é o grande derrotado desta eleição. Não elegeu quase ninguém—seus raros aliados que ganharam prefeituras esconderam a ligação com o presidente, com exceção do eleito em Vitória”, disse.

“A direita ‘limpinha e cheirosa’ precisou renegar Bolsonaro para ter sucesso nas urnas. O truque do gato escondido com rabo de fora ainda funcionou, mas já mostrou que o fôlego é curto”, concluiu.

 

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MAIA: HÁ VOTOS PARA APROVAR REFORMA TRIBUTÁRIA, MESMO SEM APOIO DO GOVERNO

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a reforma tributária pode ser aprovada ainda este ano e que tem votos para aprovar o texto mesmo sem o apoio do governo. Ele destacou que a proposta já tem aproximadamente 320 votos, incluindo os partidos de esquerda, mas ressaltou que, se o governo apoiar, a margem para aprovar o texto é muito maior.

Maia disse que o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deve apresentar o parecer nesta semana à equipe econômica e aos líderes. Para o presidente da Câmara, o que vai fazer o Brasil retomar o crescimento é a aprovação da reforma tributária. Maia concedeu entrevista ao jornalista Thales Faria do portal UOL, nesta segunda-feira (30).

“O Brasil não cresce cortando despesa, a economia vai crescer se o ambiente de negócios melhorar”, destacou Maia.

Em relação ao apoio dos partidos de oposição, Maia afirmou que há convergência em alguns temas, como a possibilidade do aumento do imposto sobre herança e a tributação de dividendos. Ele fez apenas uma ressalva em relação ao imposto sobre grandes fortunas, já que é contra a proposta.

“Se tiver consenso, nós vamos votar. Se não tiver, o próximo presidente pauta. Tem maioria, estou tentando ajudar desde o ano passado para avançar com a tributária. A vaidade política atrapalhou”, afirmou.

PEC Emergencial
Maia cobrou mais uma vez do governo uma posição sobre a PEC Emergencial, que tramita no Senado e regulamenta os gatilhos fiscais a serem acionados em caso de ameaça ao limite de despesas do governo.

Rodrigo Maia lembrou que, a partir do próximo ano, não haverá mais o "Orçamento de Guerra", criado para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 e que flexibilizou regras fiscais, administrativas e financeiras durante o período de calamidade pública, e nem a prorrogação do estado de calamidade pública.

“Não adianta pressionar, essa pressão não vai funcionar. Não adianta forçar a mão: na minha Presidência, não haverá, em nenhuma hipótese, prorrogação do estado de calamidade, porque isso alavanca a manutenção da PEC da guerra. O governo vai ter que trabalhar com MPs, respeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal e a regra de ouro. Parece custoso, parece desgastante, mas o maior beneficiário é o povo brasileiro”, disse.

Para Maia, o governo precisa apresentar urgentemente uma agenda econômica ao Congresso. “A situação do Brasil não é simples, não é criticar o governo, me assustou o governo não ter se reunido e apresentado qual a PEC Emergencial para votar, porque acho que isso vai ser a base de qualquer decisão de investimento. Os próximos três, quatro meses vão ser decisivos”, ponderou.

CPMF
Rodrigo Maia reafirmou ser contrário a uma nova CPMF e disse que votará contra a proposta, caso o governo insista no tema. Segundo ele, não é possível aumentar impostos em um País que já gasta muito. Maia afirmou que a sociedade não tem condição de pagar esse aumento na carga tributária.

“Precisamos melhorar o ambiente de negócios para o Brasil voltar a crescer. Por isso, apoio a unificação de bens e serviços para ampliar o crescimento do País, que vai ser bem maior do que o crescimento medíocre dos últimos anos”, disse.

Eleições
Maia foi questionado sobre as eleições para o comando da Câmara no ano que vem. Ele afirmou que não é candidato à reeleição e destacou que está ajudando a construir uma frente suprapartidária que gere consenso e que garanta independência do Legislativo em relação ao Executivo. Para Rodrigo Maia, o ideal é que o próximo presidente seja alguém com perfil de diálogo e equilíbrio.

“Uma coisa é poder [ser candidato, caso o STF autorize], outra coisa é querer. Poder disputar não significa que eu vá disputar a eleição. [A Presidência da Câmara] é uma construção, defendo construir uma grande frente que gere consenso. Talvez isso seja o melhor para a Câmara”, afirmou o presidente.

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